Banho de ouro: Escolha o tipo mais adequado
13 de agosto de 2021

Banho de ouro: Escolha o tipo mais adequado

Escolher qual o melhor banho de ouro não é uma escolha fácil, e nem sempre é possível sem a ajuda daqueles que os fornecem.

Escolher qual o melhor banho de ouro não é uma escolha fácil, e nem sempre é possível sem a ajuda daqueles que os fornecem.

Este tema foi escrito para a Revista Tratamento de Superfície em 1995, edição 74 de nov/dez., pag. 39-41: https://www.portalts.com.br/revista/tratamento-de-superficie/ed74

A escolha dentre tantos processos existentes gera sempre a dúvida, diferente dos banhos de prata em que 99% são banhos alcalinos cianídricos; os banhos de ouro possuem uma gama imensa de escolha entre bases químicas e ligas com metais que alteram suas propriedades tanto de resistência química, mecânica e de cor.

O objetivo deste artigo foi dar um roteiro para escolher o melhor processo do ponto de vista do que se espera do revestimento de ouro. Então, seguem perguntas que podem ajudar a começar esta definição:

  • O revestimento de ouro deve ter função somente decorativa ou necessita alguma função técnica/mecãnica?
  • É esperado tonalidade específica, tipo dourado diferente do ouro puro?
  • O revestimento dourado vai sofrer algum tipo de desgaste mecânico?
  • O revestimento dourado vai ser submetido a algum tipo de ambiente corrosivo?
  • Que tipo de peças serão revestidadas com a camada de ouro?

Os banhos mais comuns são aqueles chamados “Flash” de ouro, são camadas somente para dar a cor dourada e as camadas variam de 0,02-0,2 µm (micrometros).

Estas camadas podem ser aplicadas tanto em bijuterias como peças decorativas de adorno ou mesmo peças com finalidade técnica funcional, neste último caso, desde que sejam usadas somente como condutor já que o ouro não oxida e é um excelente condutor. Se houver necessidade de atrito mecânico ou desgaste, espessura muito baixa de ouro não garantirá grande durabilidade.

Nesta classe de banhos encontramos no mercado diversas bases químicas que podem dar camadas de ouro com estas características, desde os tradicionais banhos alcalinos-cianídricos, banhos alcalinos sem cianeto, pH neutro, levemente ácido e ácido. Quaisquer que seja a opção de base, é possível agregar ligas metálicas que além de mudar a tonalidade dourada pode agregar mais dureza nas camadas de ouro depósitadas. Algumas bases proporcionam maior variedade de combinações, outras bases nem tanto.

O grande fator que determina a qualidade e o preço da peças banhada em ouro é a quantidade de ouro nela contida, ou a espessura da camada de ouro aplicada. Para obter este tipo de qualidade é necessário optar por banhos com capacidade de fornecer estas características de camadas, são conhecidos com banho de “Folheação de Ouro”, são camadas que podem atingir espessuras desde 0,2-400 µm (micrometros), dependendo do banho e da sua composição, que é concebida de acordo com a sua finalidade. Os processos mais populares são os banhos de composição alcalino cianídrica, e levemente ácidos. Abaixo um artigo que faz comparativos destes tipos de peças em função da quantidade de ouro nelas contidas:

https://wilmaatsantos.com.br/2018/02/15/qual-a-diferenca-entre-bijuterias-folheados-semi-joias-e-joias/

Para ler o “Artigo” escrito na íntegra, publicado em 1995, mas que ainda está valido nos conceitos clique abaixo:

O que podemos acrescentar ao assunto abordado quando for optar por um processo é:

  1. Escolher o banho mais adequado em função das características tecnicas desejadas do depósito de ouro ou liga de ouro (cor, dureza, resistência ao desgaste, resistência química)
  2. Escolher o banho que apresentar maior facilidade de operação, que seja estável e de manutenção fácil
  3. Escolher o banho que tiver boa relação custo-benefício. lembrando que o custo do processo em relação ao custo do metal (ouro) geralmente compensa muitas vezes optar por um banho mais caro, mas que dê vantagens de distribuição de camada, maior dureza, facilidade de manutenção, etc.
  4. Escolher o banho que cause menor dano ao meio ambiente.

Escolher um banho dentre tantos que existem exige observar todos os parâmetros possíveis para analisar corretamente porque em se tratando de um banho cuja matéria prima principal custa tão caro (cerca de R$ 300,00/grama), qualquer economia no seu consumo ou aumento na resistência com a mesma espessura representa um ganho enorme.

WILMA AYAKO TAIRA DOS SANTOS

WILMA AYAKO TAIRA DOS SANTOS

Possui graduação de Bacharel em Ciências com Habilitação em Química e Atribuições Tecnológicas pela Faculdade de São Bernardo do Campo (FASB), 1980. É Mestre em Ciências pela Universidade de São Paulo (USP) - Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), 2011. Atua na ABTS - Associação Brasileira de Tratamentos de Superfície desde 1994, foi presidente na gestão 2010-2012, foi coordenadora do EBRATS 2015 - 15º Encontro Brasileiro de Tratamentos de Superfície e IV INTERFINISH Latino Americano, foi Diretora Cultural nas gestões 2004-2006 e 2007-2009, atualmente é vice Diretora Cultural. É consultora técnica e representante comercial.

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